Estado registrou, até 7 de maio, mais de 11 mil casos prováveis de dengue – Foto: Fiocruz
O Rio Grande do Norte vive dias de Covid-19 controlada, mas agora o problema é outro. O estado está em situação de epidemia de dengue. O decreto que oficializa a situação de emergência em níveis governamentais foi publicado no Diário Oficial desta sexta-feira 20. A situação se dá pela recente subida exponencial de casos, constatada pelos boletins epidemiológicos da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap).
O decreto da situação de emergência facilita as ações conjuntas entre os entes e, principalmente, visa agilizar o acesso a insumos, como testes, larvicidas e inseticidas, vitais para a estratégia de combate à dengue. A medida foi debatida em reunião na quinta 19, com a presença de prefeitos, representantes do Ministério Público e de diversos órgãos do Governo.
“O Estado reconhece a situação de crise sanitária declarando uma emergência. Convocamos todos para que as medidas de enfrentamento a essa epidemia sejam eficazes. Um dos pontos do decreto é a criação de um comitê para que juntos possamos orientar os municípios para a adoção do plano de contingenciamento elaborado pela Sesap”, afirma Raimundo Alves, secretário-chefe do Gabinete Civil.
Até o dia 7 de maio, o estado registrou 11.427 casos prováveis da doença. Para a promotora de Justiça Raquel Ataíde o momento é de união. “Quando se trata das arboviroses não há como a Sesap sozinha adotar as medidas para a sociedade. É de suma importância que aconteça a parceria entre as secretarias para maior agilidade. E estamos aqui para apoiar”, ressalta.
A Sesap reforça a necessidade de ampliação dos cuidados com a proliferação do Aedes aegypti, como manter os quintais livres de possíveis criadouros do mosquito, limpar vasilhas e reservatórios de água de seus animais, não colocar lixo em terrenos baldios, manter caixas d´água sempre tampadas e cuidar de qualquer local que possa acumular água parada. É importante receber a visita do agente de endemias e esclarecer dúvidas.
Tecnologia detecta circulação do Aedes aegypti em Natal
Natal consegue antecipar, em até uma semana, ações de controle, combate e prevenção de arboviroses. Isso é possível graças ao desenvolvimento de tecnologias de vigilância entomológica, epidemiológica e estratificação de risco. O monitoramento feito de forma ativa e sistemática tem garantido à Secretaria Municipal de Saúde (SMS) condições para detectar a ocorrência de surtos, controlar epidemias em curso, promover ações para controle vetorial com baixo custo operacional e monitorar a transmissão de doenças pelo Aedes aegypti, como dengue, zika e chikungunya.
Pioneiro no Brasil, o sistema de ovitrampa foi desenvolvido em uma parceria entre a Secretaria Municipal de Saúde de Natal e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Trata-se de um depósito escuro com uma palheta de fibra de madeira e a armadilha é altamente específica para a espécie do mosquito, atraindo as fêmeas do Aedes aegypti para depositarem os ovos naquele depósito. Com esse sistema, é possível estimar a quantidade de insetos em uma área.
Ações. As ações para controle têm como principal atividade as visitas realizadas pelos agentes de combate às endemias nos imóveis da cidade, e é por meio dessa atividade que o CCZ promove ações de orientações à população.