Em reunião, foi informado o sucesso da utilização de agendamento, com dia e hora, das carretas que entram no Porto de Natal. Foto: José Aldenir/Agora RN
Busca-se urgentemente um espaço fora do Porto de Natal para movimentar os contêineres vazios. Isso vai desafogar a retroárea do terminal hoje obrigado a agendar o desembarque das cargas para que filas de caminhões não se formem do lado de fora, aumentando o tempo de permanência e encarecendo o frete para o produtor.
Esse anúncio ainda não foi publicado e nem veiculado nas mídias sociais e nem está nas cabeças, por enquanto, do novo Diretor-Presidente Substituto da Companhia Docas do RN, Ulisses Danilo Silva Almeida, e de seu Diretor Técnico-Comercial, Francisco Mont’Alverne Pires. Está no foco do governo do estado e da iniciativa privada, que querem ver as coisas andarem no porto.
Ulisses e Francisco assumiram interinamente a Codern depois que o Almirante de Esquadra Elis Treidler Öberg desceu do navio no último dia 26 de junho, numa decisão tomada com 30 dias de antecedência, mas só anunciada no dia da saída dele.
Há pressa numa solução porque a safra de fruta começa nas próximas duas semanas e o secretário de Agricultura do RN, Guilherme Saldanha, já disse ao Agora RN da urgência de um esforço conjunto para azeitar a operação de entrada de contêineres no porto para não afugentar os produtores para o Ceará, onde os terminais portuários são bem mais eficientes.
“Se não dá para privatizar, que pelo menos a gente constitua uma alternativa já que há boas áreas públicas do Estado e da União a serem exploradas”, afirmou Saldanha, de casa, ainda se curando da Covid.
Nesta quarta-feira, uma reunião virtual entre os atuais dirigentes da Codern com o Secretário Estadual de Agricultura, Guilherme Saldanha; o presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do RN, José Vieira e o Presidente do Comitê Executivo de Fruticultura do Rio Grande do Norte (Coex-RN), Fábio Queiroga, agregou outra prioridade já conhecida do porto: voltar a abrigar navios de cabotagem, aqueles que transitam apenas pela costa do país.
Depois do encontro, os recém empossados dirigentes trataram de apagar o incêndio com representantes dos Sindicatos dos Conferentes, dos Estivadores e dos Arrumadores, todos interessados em que o porto não perca clientes e os trabalhadores, trabalho.
Oficialmente, o objetivo das reuniões foi informar as melhorias realizadas e que estão em andamento no Porto de Natal e garantir a continuidade das operações da CMA CGM, bem como do seu operador portuário (Progeco) que fez investimentos importantes como o aluguel do scanner de contêineres e a manutenção e aquisição de novas máquinas de operação, já em utilização.
A Codern aproveitou ainda para esclarecer a redução de 21,23% na movimentação geral do primeiro semestre de 2021.
Esse período, quando comparado ao mesmo do ano passado, foi marcado pelo cancelamento de navios da CMA CGM, entre final de janeiro e março, devido a impossibilidade do operador portuário (PROGECO) em carregar os contêineres nos navios, por causa das avarias de suas máquinas.
Esse problema teve como impacto as reduções na importação de trigo e nas operações de abastecimento da Ilha de Fernando de Noronha, em decorrência da pandemia.
Ainda foi informado nas reuniões o sucesso que vem sendo a utilização do sistema de agendamento, com dia e hora, das carretas que entram no Porto, facilitando o fluxo, evitando engarrafamentos na Ribeira e proporcionando menos transtornos a todos os envolvidos.
Oficialmente, a diretoria da Codern informou que o Porto de Natal reúne atualmente as condições necessárias para atender a atual demanda da carga de frutas, sem a necessidade de instalação do chamado porto seco de que tanto fala o secretário da Agricultura.
Extraoficialmente, sabe-se que um grupo mais ligado à iniciativa privada, capitaneados pelo por Saldanha e pelo presidente da Federação da Agricultura do RN, José Vieira, devem se unir mensalmente para intermediar soluções como um porto seco operado fora do terminal por empresas interessadas na operação. Se vai dar certo, só o tempo dirá.