Não foi nem mesmo o arquivamento do primeiro processo de cassação do presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, Gabriel Azevedo (sem partido), e a aprovação de projetos de interesse da prefeitura no Legislativo foram suficientes para amenizar o climão entre o vereador e o prefeito Fuad Noman (PSD). Os dois estiveram “juntos” em um evento público, mas nem chegaram a trocar olhares. Por alguns minutos, eles compartilharam o mesmo espaço na Academia Mineira de Letras, na região central de BH, onde o jornalista Fernando Mitre, diretor nacional de jornalismo da Rede Bandeirantes de Televisão, lançou o livro “Debate na Veia – Nos Bastidores da Tevê, A Democracia no Centro do Jogo”.
O lançamento foi na quinta-feira (14), no início da noite, e reuniu jornalistas, acadêmicos, políticos, entre outros moradores da cidade. Também estiveram lá o ex-governador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo (PSDB) e o ex-ministro da Fazenda, Paulo Haddad. O prefeito chegou cedo, e Gabriel Azevedo logo depois. Os dois permaneceram no salão de entrada da Academia Mineira de Letras por alguns minutos antes de começarem os debates. Fuad, que já tinha um compromisso pessoal, saiu pouco depois da chegada de Gabriel. Cada um na sua, não se aproximaram.
Ao longo deste ano, o prefeito e o presidente da Câmara travaram uma briga, muitas vezes mais calma, outras vezes, bem mais hostil. Nos últimos meses, Fuad reclamou muito que projetos considerados essenciais pela prefeitura não eram votados pelo Legislativo. O presidente da Câmara rebateu, chegando a dizer que “a Câmara Municipal está em dia” e que nunca votaram tanto.
Durante a tramitação do primeiro processo de cassação de Gabriel Azevedo, aberto no início de setembro e arquivado em dezembro, o presidente da Câmara comentou algumas vezes que queria se aproximar do prefeito. Em outros momentos, atacou o chefe do Executivo. No final de outubro, Fuad Noman afirmou à rádio O TEMPO FM 91,7 que a prefeitura estava à disposição do parlamentar. Entretanto, reforçou que eles “não são amigos” para encontrar e conversar.
Agora, nos últimos dias, o clima ficou mais tenso novamente. No dia 5 de dezembro, também em entrevista à rádio O TEMPO FM 91,7 Gabriel voltou a elevar o tom contra Fuad e disse que o prefeito é “figura oculta” na Câmara de BH, que tenta interferir nas principais decisões do parlamento.