Um suposto desentendimento entre o prefeito Adilson de Oliveira Lopes (PSDB) e o padre de Álvaro de Carvalho (distante 44 quilômetros de Marília) teria culminado na desapropriação de uma creche mantida pela igreja em parceria com a Prefeitura.
O Centro Social Mariano – Creche Nazaré – foi fundado em 8 de dezembro de 1957. Mas um decreto de desapropriação do local foi publicado nesta quarta-feira (27), no Diário Oficial do Município.
“Fica declarado de utilidade pública, para fins de desapropriação, por via administrativa ou judicial, o imóvel localizado na avenida Santa Cecília, 257, Centro, neste município, com o cadastro imobiliário nº 000876, o qual consta pertencer a Mitra Diocesana de Marília”, diz o documento.
No local funciona a entidade sem fins lucrativos, com a finalidade de oferecer assistência moral, cultural e recreativa a crianças de seis meses até cinco anos de idade. O espaço presta serviços gratuitos aos mais necessitados.
A creche oferece quatro refeições diárias – café da manhã, colação, almoço, lanche da tarde -, além das mamadeiras para os bebês. Faz ainda atendimento social, nutricional e pedagógico.
Mesmo já funcionando como uma creche, segundo o decreto do Executivo, o prédio será desapropriado para a instalação de outra unidade do mesmo tipo. “O imóvel a ser desapropriado, objeto deste decreto, destina-se a instalação de Creche Municipal”, afirma a determinação.
Nas redes sociais moradores protestaram contra a atitude do prefeito. “Creche é da igreja, não da política!! Autoridade é o padre”, reclamou moradora.
“Mudar algo que sempre deu certo? Decepcionada também!”, comentou outra.
“Desapropriar a creche que o padre Eugênio criou e tanto amou por causa de fofoca mentirosa??? Não acredito”, pontuou outra cidadã.
A população também convocou uma manifestação, a ser realizada hoje, para repudiar o decreto que desapropriou o prédio.
POSICIONAMENTOS
A Prefeitura de Álvaro de Carvalho foi procurada para falar sobre a desapropriação, mas não houve retorno até a publicação desta matéria. O Marília Notícia segue disponível para manifestação.
A Diocese de Marília também foi procurada para comentar sobre o caso, mas ainda não havia se manifestado sobre a situação. O espaço segue aberto para posicionamento.