Nem mesmo a chuva foi um problema para os milhares de foliões que comemoraram o início do Carnaval, no sábado (13), na avenida dos Andradas, na região leste de BH. O bloco Havayanas Usadas encerrou o desfile, que reuniu mais de 12 grupos e 100 mil pessoas ao longo do dia, com um gostinho de quero mais.
Cantando todos os sucessos do axé, Isadora Leme, técnica de enfermagem de 32 anos, gostou tanto que prometeu voltar para o evento no domingo (14), quando outros 12 blocos devem animar os foliões mais ansiosos para a folia oficial do mês que vem.
“Estava cheio, mas o novo sistema de som foi ótimo, pois você não precisa ficar tão perto do trio para ouvir. E para mim, que não gosta muito de aglomeração, posso ficar mais afastada e ainda parece que estou bem perto da bateria”, disse a paulista que aprovou as 14 torres de som instaladas ao longo dos quase 500 metros da avenida dos Andradas.
O vendedor ambulante José Luiz Lima, 52, também fez parte do grupo que queria que a fantasia fosse eterna. Ele vendeu todas as bebidas e adereços que trouxe para o evento neste sábado. O sucesso ficou por conta do novo drinque que parece ter se tornado popular entre os foliões: o Lambe-Lambe, uma mistura de água com gás, frutas, especiarias e álcool de cereais.
“Foi um ótimo movimento e eu cheguei mais tarde. Amanhã quero chegar durante o dia e vender mais”, disse o comerciante que aproveita todos os eventos de rua há 18 anos para garantir uma renda extra.
Segundo o subsecretário de Turismo de Minas Gerais, Sérgio de Paula, o evento gerou cerca de 2.100 empregos diretos, sem contar ambulantes e outros trabalhadores indiretos. “Nós temos uma expectativa de uma geração de recursos para o Estado de mais de 2 bilhões de reais apenas com o Carnaval de Minas Gerais”, avaliou.
Furtos
Apesar da animação, 25 ocorrências de furtos de celulares foram registradas em um posto da Polícia Militar durante o Ensaio Geral. A estudante de veterinária Ana Clara Martins pretendia aproveitar toda a folia, mas viu a festa terminar mais cedo depois que ela e a irmã tiveram seus pertences furtados.
“O mais revoltante é que eu não percebi, só fui perceber que abriram minha bolsa muito tempo depois. Aí não tinha mais jeito. É o celular que eu uso para estudar e ainda estou pagando por ele”, desabafou.
No entanto, os dados oficiais da PM não refletem o número de ocorrências apurado pela reportagem. Até o início da noite, de acordo com o sargento Leonardo, do 22º Batalhão da Polícia Militar em Belo Horizonte, a corporação havia registrado, em média, seis ocorrências de furtos. Duas pessoas também foram detidas por tráfico de drogas. O balanço geral do evento ainda será divulgado pela corporação.
“A concentração iniciou de manhã. Estamos com um ponto de registros de ocorrências, então, toda a demanda do evento é direcionada para cá. Nós estamos com efetivo em várias unidades da Polícia Militar, temos também o batalhão de trânsito trabalhando, enfim, são vários efetivos empenhados. Os militares ficam transitando na via de forma visível para dar maior segurança às pessoas que estão aproveitando o evento”, explicou o sargento.
Durante a dispersão do evento, algumas brigas também tiveram que ser controladas pelos militares que utilizaram spray de pimenta.