“Sou uma pessoa que deu certo”, diz Vera Fischer ao analisar sua trajetória. Aos 70 anos, a atriz celebra cinco décadas de trabalho e se diz orgulhosa de sua carreira e da forma como a conduziu. “Eu não tenho vergonha de nada do que fiz, não tenho problema com nada que aconteceu na minha vida ou no meu trabalho. Enfim, acho que sou uma pessoa muito bem sucedida”, avalia a artista, que coleciona papéis marcantes na televisão, no cinema e no teatro.
Com mais liberdade – ela teve seu contrato de longo prazo com a Globo encerrado em 2021 – Vera se dedica a trabalhos em diferentes áreas e plataformas. “Agora posso assinar diversos projetos em outras emissoras, no streaming, no cinema”, conta.
Um dos trabalhos, que tem os detalhes protegidos por sigilo, é uma série para a Netflix. Nas telonas, Vera também tem planos: um filme que deve ser gravado fora do país. Já em terras tupiniquins, ela segue com um projeto no teatro e é justamente com ele que a artista faz seu retorno a Belo Horizonte.
Ao lado de Larissa Maciel e Mouhamed Harfouch, Vera protagoniza “Quando Eu For Mãe Quero Amar Desse Jeito”, peça que fica em cartaz nesta sexta-feira, sábado e domingo no Sesc Palladium. “Com esse título, as pessoas pensam que a peça é uma comédia romântica, uma coisa familiar romântica, mas não tem nada a ver com isso”, adianta a artista.
No espetáculo, que tem texto assinado Eduardo Bakr e direção do premiado Tadeu Aguiar, a atriz dá vida a aristocrática Dona Dulce Carmona, uma mulher obcecada com a ideia de dar ao filho um futuro digno de sua “classe social”.
“Ela é uma mãe que ama o filho à loucura e é um pouco perniciosa, porque quer que, de qualquer maneira, ele se case como uma mulher rica”, explica a atriz. O filho de Dona Dulce, porém, tem outros planos, já que se apaixona por uma mulher completamente diferente do que a mãe ansiava.
É a partir desse conflito entre os desejos da mãe e a realidade trazida pelo filho, que o espetáculo se desenrola, colocando em cena não apenas o amor materno, mas também o amor do filho pela mãe, do homem pela mulher, da mulher pelo homem e até mesmo pelos filhos que poderão vir.
Mas, para além do amor, há também a acidez da trama – e é justamente nesse contraponto que se constrói o humor do espetáculo. “Depois que ela (Dona Dulce) conhece a nora, elas começam a fazer amizade, mas é uma relação meio perversa”, pontua.
É por causa dessa “perversidade” que Vera Fischer prefere definir a montagem como uma comédia venenosa. “É um humor sarcástico. Mas as pessoas morrem de rir, porque é uma comédia inteligente e que tem um final surpreendente. Não posso dar muitas dicas, para não ter spoiler, mas é algo que as pessoas vão decifrar”, garante.
SERVIÇO
Espetáculo “Quando Eu For Mãe Quero Amar Desse Jeito”
Quando: Dias 22, 23 e 24 de julho (sábado, às 21h, e domingo, às 19h)
Onde: Grande Teatro do Sesc Palladium (Rua Rio de Janeiro, 1046 – Centro)
Ingressos: R$ 75 (inteira plateia II) e R$ 100 (plateia I)
Vendas no Sympla ou na bilheteria do Sesc Palladium