Pode parecer inofensivo ou até bonitinho para alguns, mas o caramujo africano Achatina fulica pode transmitir doenças. Por isso, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Salvador iniciou uma inspeção para vigilância desses animais na orla da cidade.
Até o próximo dia 22, os agentes recolherão os animais encontrados na orla, em via pública. Os caramujos podem transmitir doenças como angiostrongilíase abdominal e meningite eosinofílica. A primeira, segundo o CCZ, é causada pela presença do parasito dentro do intestino, podendo perfurá-lo ou obstruí-lo, ocasionando fortes dores no abdômen, vômitos e febre prolongada. Já a meningite ocorre quando os parasitas invadem a corrente sanguínea e causam inflamação nas membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal.
Nesta quinta-feira (14), a ação acontece no trecho da orla que fica na Boca do Rio. Já na sexta-feira (15), será a vez do bairro de Pituaçu. As equipes farão um trabalho de prevenção contra o molusco, já que nesta época do ano é mais fácil de encontrá-los.
Segundo a chefe do Setor de Vigilância e Controle das Zoonoses, Cristiane Yuki, a espécie tem um potencial risco à saúde pública em áreas urbanas pelo nível de reprodução. “Uma espécie pode depositar, pelo menos, 200 ovos a cada quatro ou cinco vezes em um ano. Por isso, estamos intensificando as inspeções para localização das populações deste caramujo, ação fundamental para evitar o contato com as pessoas”, disse.
A ação do CCZ será feita exclusivamente em via pública. Os animais encontrados em áreas residenciais são de responsabilidade do dono do espaço.
O que fazer caso eu encontre um?
Quem encontrar um caramujo africano não deve tocá-lo, muito menos consumí-lo. Caso ocorra o contato, é necessário lavar as mãos imediatamente com água e sabão.
Além disso, o CCZ recomenda que toda a população sempre lave frutas e verduras adequadamente, principalmente se consumidos crus, pois os animais podem ter tido contato com esses alimentos.
Os caramujos também não devem ser transportados e nem jogados em terrenos baldios, ruas, matas e restinga, dentre outros locais. O correto é que a pessoa pegue os animais utilizando luvas ou sacos plásticos e coloquem os bichos em latas ou baldes com água e sal (proporção de 1 litro de água para 5 colheres de sal). Após três horas, o ideal é jogar a água fora na pia ou privada. Em seguida, recomenda-se quebrar as conchas (que podem servir de reservatório para mosquitos) e eliminar os resíduos em lixo doméstico comum.