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A Olimpíada acabou.
Não para Tandara.
O COB, Comitê Olímpico Brasileiro, e a CBV, Confederação Brasileira de Vôlei, se calam. Não abordam mais o tema e as explicações oficiais são evasivas.
A sensação é que Tandara está sozinha na batalha jurídica para provar sua inocência.
Nenhuma surpresa tratando-se dos envolvidos.
Culpada ou inocente, o tempo e a contraprova irão dizer, a impresão é que a jogadora não teve o apoio necessário e foi jogada aos leões, ou seja, se vira que o filho é teu.
Lamentável.
Depois que a amostra A dá positivo, o atleta tem direito a pedir e acompanhar a realização da contraprova (amostra B), em lacre no laboratório. O segundo teste, segundo consta, não foi realizado. Ainda.
Se a amostra B não comprovar a amostra A o processo para.
A defesa da atleta, obviamente, deverá solicitar a suspensão provisória e a situação será analisada pelo Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem (TJDAD) que pode aceitar ou não.
O Código Mundial Antidopagem diz que é responsabilidade do atleta assegurar que nenhuma substância proibida seja ingerida. A CBV, por sua vez, informou que todos os medicamentos que a atleta tomava, de conhecimento do médico, são permitidos.
‘De conhecimento do médico’ empurra indiretamente o problema para a jogadora. Termo desncessário usado pela entidade, se livrando publicamente da questão e suas consequências.
O COB foi mais profissional, o que não é difícil.
É bom que se diga que qualquer jogador pode ser testado antes da competição, sendo abordado por um representante do controle de Dopagem. No treino ou em casa.
Importante ressaltar que o Código Brasileiro Antidopagem diz que a detecção da substância proibida, ostarina, um tipo de anabolizante, implica na imediata suspensão provisória da atleta assim quando o resultado é conhecido.
O caso Tandara pode atrapalhar os planos de Osasco, time que a jogadora tem contrato até maio de 2022.
As punições, se for culpada, variam de advertência a suspensão por até quatro anos. O problema é que durante o período de suspensão, Tandara não poderá treinar no clube.
Tandara, é bom ressaltar, terá o direito de receber a medalha de prata caso seja inocentada no processo.
Ela não é nenhuma juvenil.
Difícil imaginar que Tandara, conhecendo o currículo, tenha imaginado usar qualquer substância para melhorar sua performance em quadra.
A conferir.