Infelizmente, o Carnaval ainda é uma época no Brasil em que o assédio às mulheres fica mais latente. Diante desta realidade e uma recente maior conscientização social, os aplicativos de transporte têm investido em recursos tecnológicos e orientações de segurança para passageiros e motoristas. Há desde botão de ajuda de emergência nos apps até a possibilidade de compartilhar sua localização em tempo real e uso de inteligência artificial para prevenir situações de risco.
Neste Carnaval, o Lady Driver, aplicativo onde mulheres dirigem para mulheres, criou uma cartilha com um passo a passo de protocolos de segurança. Em caso de embriaguez, por exemplo, as motoristas são orientadas a encaminhar a passageira para um hospital. Quando colaboradoras ou usuárias se sentem ameaçadas, a plataforma orienta a procurar uma delegacia especializada.
“O nosso aplicativo atende também idosos e crianças. A Lady Driver pode estar acompanhada do seu cônjuge, mas um homem sozinho não embarca no carro das nossas motoristas mulheres”, lembra Ludmila Corrêa, embaixadora do app em BH, Nova Lima, Confins e Contagem.
A empresa também pesquisa antecedentes criminais de todas as motoristas e de todas as passageiras antes do cadastrado. No app, há ainda monitoramento por câmera do aplicativo StopClub e comunicação por meio de rádios de comunicação com grupos de motoristas voluntários no monitoramento das mesmas.
Todas as motoristas recebem um treinamento online às terças, quartas e quintas-feiras sobre os protocolos de segurança e a empresa disponibiliza um canal, 24 horas, para contato no WhatsApp.
Para atrair mais motoristas, neste carnaval, a Lady Driver vai dar R$ 100 a cada 35 corridas para as mulheres que se cadastrarem para fazer uma renda extra.
Todas as corridas realizadas pela plataforma são monitoradas em tempo real e é possível compartilhar as rotas com até cinco contatos de confiança. São mais de 50 funcionalidades de segurança, incluindo inteligências artificiais que identificam potenciais riscos às usuárias, como horário da corrida, local de embarque e tempo de deslocamento, e adicionam camadas de segurança.
Motoristas e motociclistas mulheres ainda contam com o botão 99Mulher para que todas as corridas sejam feitas apenas para passageiras.
A empresa utiliza ainda inteligência artificial para identificar passageiras mulheres em situação de maior risco de assédio (viagens à noite, mais longas, bares e casas noturnas, por exemplo) e envia a elas somente motoristas mulheres ou os condutores mais bem avaliados. Enquanto isso, a IA chamada Atena compartilha mensagens preventivas, de conscientização e dicas de como agir ao profissional indicado para atender ao chamado.
Esta tecnologia também rastreia automaticamente denúncias de assédio deixadas nos comentários ao fim das corridas e, em caso de vários reportes, o motorista pode ser bloqueado.
O aplicativo também possui ferramentas como o monitoramento via GPS e um botão para ligar para a polícia, além de uma Central de Segurança disponível 24 horas.
Na Uber, há uma série de recursos de segurança e checagem, que podem ser acionados. As motoristas mulheres conseguem atender somente passageiras por meio da ferramenta U-Elas, o que acaba sendo positivo tanto para elas quanto para as usuárias.
Segundo a empresa, nacionalmente, cerca de 6% da base são de mulheres na direção.
Para reportar uma ocorrência, basta tocar em ‘ajuda’ no aplicativo ou acessar help.uber.com.
A empresa mantém ainda um Código da Comunidade que deixa claro que comportamentos como cantadas, olhares insistentes ou contato físico entre usuários e parceiros, durante uma viagem, não são permitidos e podem levar à desativação da conta. Além disso, mantém uma equipe de suporte 24 horas por dia, sete dias por semana, para lidar com incidentes de segurança.
Em parceria com o projeto MeToo, a empresa disponibiliza um canal de suporte psicológico para apoiar vítimas de violência de gênero ou discriminação na plataforma.
Apesar da tecnologia à mão, é recomendável que, em caso de emergência ou perigo imediato, a passageira sempre alerte o serviço de emergência ou as autoridades locais antes de avisar a empresa de transporte.