Canadense Robert Schellenberg foi condenado à pena de morte na China Foto: HANDOUT / AFP
O canadense Robert Lloyd Schellenberg foi condenado à morte por tráfico internacional de drogas na China nesta terça-feira, acentuando a crise diplomática entre Ottawa e Pequim.
Em 2018, Schellenberg havia recebido uma pena de 15 anos de prisão. Em janeiro de 2019, contudo, foi condenado à morte em um segundo julgamento de um dia, um mês após as autoridades canadenses prenderem a diretora financeira da empresa chinesa de tecnologia Huawei, Meng Wanzhou, a pedido dos Estados Unidos, sob acusação de violar sanções de Washington ao Irã.
Dias depois, também foram presos na China o ex-diplomata canadense Michael Kovrig e o empresário Michael Spavor — que já estavam sob custódia no país asiático — e foram acusados de espionagem. O governo chinês nega que haja qualquer relação entre os casos.
— Condenamos o veredito fortemente e pedimos à China que conceda clemência a Robert. O seu novo julgamento e a sentença subsequente foram arbitrários. Continuamos profundamente preocupados com o uso arbitrário da pena de morte pela China — disse o embaixador canadense em Pequim, Dominic Barton, em entrevista após o julgamento.
Schellenberg foi preso em 2014, sob a acusação de que teria planejado o contrabando de cerca de 220 quilos de metanfetamina da China para a Austrália. Ele diz ser inocente, e alega que estava na China apenas como turista. Os juízes chineses afirmam que “as evidências provavam que ele estava seriamente envolvido no contrabando internacional de drogas”.
Seu pedido de recurso contra a pena de morte foi rejeitado primeiramente no tribunal da província de Liaoning, que encaminhou o caso para o Supremo Tribunal do país, onde a penalidade máxima foi confirmada.
O Código Penal chinês prevê que qualquer pessoa que traficar, importar, transportar ou fabricar ópio em quantidades superiores a um quilo, ou heroína em quantidades superiores a 50 gramas, ou outros entorpecentes em grandes quantidades, pode ser sentenciada a 15 anos de prisão, prisão perpétua ou morte, além de ter seus bens confiscados.