Depois de ser suspensa por duas horas, o 1º vice-presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, Juliano Lopes (Agir), retornou à sessão, que irá analisar o pedido de cassação do presidente da Casa, Gabriel Azevedo (sem partido).
A reunião voltou às 11h30 e logo de início já voltou com a obstrução da chamada “Família Aro”, grupo de vereadores ligados ao secretário de Casa Civil, Marcelo Aro. Nos bastidores, a obstrução é entendida como uma estratégia para não votar o relatório em plenário, diante da dificuldade do grupo para alcançar os 28 votos necessários para cassar Gabriel.
Uma das esperanças da base do governo era a adesão do grupo de quatro vereadores da esquerda. Com essa fatia de parlamentares e com o voto do suplente Professor Givanildo (leia mais abaixo) a Família Aro chegaria a 27 votos, restando apenas um voto para a cassação. Porém, pelo que apurou a reportagem, Iza Lourença (Psol), Cida Falabella (Psol), Bruno Pedralva (PT) e Pedro Patrus (PT) não devem votar pela cassação nem pela absolvição de Gabriel, caso o relatório seja votado. Eles defendem uma nova eleição da Mesa Diretora da Casa.
Obstrução. A sessão desta segunda-feira (4) retornou com o corregedor, Marcos Crispim (Podemos), lendo um trecho da bíblia por quase nove minutos. Logo em seguida, o vereador Wesley Moreira (PP) solicitou que fosse lido em plenário o relatório feito pela professora Mari (PP), que acata todas as denúncias feitas por Nely Aquino (Podemos). O presidente da Câmara é acusado pela parlamentar de abuso de autoridade, agressões verbais a outros vereadores, atuação irregular na CPI da Lagoa da Pampulha e uma polêmica envolvendo o corregedor do Legislativo municipal, Marcos Crispim (Podemos).
Estão presentes na reunião desta segunda-feira (4), 37 dos 41 vereadores da Casa. Não marcaram presença, os vereadores Ciro Pereira (PTB), Henrique Braga (PSD) e Marcela Trópia (Novo).
Alternar. Apesar da Justiça ter autorizado o suplente de Gabriel a votar o pedido de cassação do parlamentar, Professor Givanildo (Patriota) não tomou posse. Com isso, ele não pode votar.
Desde que foi protocolado, em agosto deste ano, o processo de cassação de Gabriel Azevedo foi marcado por discussões acaloradas e manobras que foram parar na Justiça. Na última delas, o vice-presidente da Casa, Juliano Lopes (Agir), lançou mão da convocação do Professor Givanildo (Patriota), suplente do próprio Gabriel, na tentativa de garantir os 28 votos necessários para a cassação do presidente da Câmara.
Na convocação, feita na quinta (30), Juliano usou decisões judiciais anteriores para justificar que o denunciado, por ser parte interessada, não poderia votar na cassação. Na véspera da votação, uma liminar favorável a Gabriel impediu a convocação do suplente e, consequentemente, a concretização do plano. No entanto, em decisão proferida na tarde desse domingo (3), Juliano Lopes teve nova vitória na Justiça ao conseguir a derrubada da liminar. Segundo agravo de instrumento deferido pelo desembargador Peixoto Henriques, o suplente Professor Givanildo poderá ser convocado para a votação desta segunda, enquanto Gabriel fica impedido de proferir seu voto.