Após fiscalização em uma escola municipal de Ourinhos (distante 95 quilômetros de Marília), o relatório do Conselho de Alimentação Escolar (CAE) indica que crianças da rede pública podem estar sendo vítima de adulteração de alimentos.
Embalagens que deveriam conter cortes de “patinho” teriam outros tipos de carnes, com alto teor de gordura. Na prática, a troca das mercadorias gera dúvidas sobre a segurança alimentar e os gastos com alimentos, já que as carnes com gordura são mais baratas.
A fiscalização foi feita no início de agosto, na escola municipal Georgina Amaral dos Santos Lopes, do Ensino Fundamental, que fica no Jardim Europa.
Lá, os integrantes do CAE constaram que alguns pacotes de carne, que estavam rotulados como patinho, na verdade, tinham aspecto visual diverso do esperado.
O patinho é caracteristicamente uma carne magra, com baixo teor de gordura, mas o produto encontrado na ocasião tinha aparência esbranquiçada e aparência de gordura. O aspecto duvidoso foi notado nas carnes “patinho em iscas” e “patinho moído”. A escola também recebeu “patinho em cubos” e “pernil suíno em cubos”.
O CAE consultou, por telefone – de forma imediata -, auditores fiscais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) de Marília, que apontaram preliminarmente não se tratar da peça “patinho”.
O Conselho foi orientado a acionar o Procon Municipal, a Vigilância Sanitária e também coletar amostras para enviar ao Instituto Adolfo Lutz, para análise e determinação da carne que foi fornecida ao município.
Através de nota, a Prefeitura de Ourinhos informou que “já tomou as providências cabíveis em relação ao apontamento de uma possível divergência entre o corte de carnes distribuído às unidades escolares do munícipio”.
“O Conselho de Alimentação Escolar de Ourinhos (CAE) realizou uma coleta de amostras das carnes distribuídas pela empresa fornecedora e encaminhou para análise laboratorial, a fim de confirmar a procedência do corte da carne disponibilizada aos alunos”, diz o comunicado.
“É importante salientar que a carne distribuída não está imprópria para o consumo não trazendo nenhum tipo de risco à saúde de seus consumidores. Até o momento, a compra da carne citada está suspensa até que seja comprovada a origem do corte da mesma, sendo substituída por carne de frango”, completa a administração.
As empresas vencedoras da licitação e responsáveis pela distribuição das carnes também foram procuradas pela reportagem, mas até o momento não houve retorno. O espaço segue aberto para manifestação.
**Este texto foi coproduzido pelo jornalista Carlos Rodrigues.