Bruno Guimarães se sente preparado para assumir um papel de liderança na seleção brasileira. Em ótima fase no Newcastle, onde ajudou o time a voltar à disputa da Liga dos Campeões após 20 anos, o volante de 26 anos acredita que pode ser útil como líder em campo diante das ausências de nomes como Casemiro e Neymar, que estão lesionados e não puderam jogar contra Colômbia e Argentina nas Eliminatórias da Copa do Mundo.
“O Casemiro, como eu disse, é um jogador exemplar, com certeza um líder, por toda a sua carreira e postura dentro e fora de campo. Quando estava na base, eu era capitão, gosto de falar e exercer esse papel de liderança. Hoje me sinto muito mais à vontade aqui, são coisas naturais. Quero ter essa liderança, poder participar e jogar cada vez mais. Estou vivendo um momento muito bom e espero demonstrar isso nos próximos jogos”, comentou em uma coletiva de imprensa nesta terça-feira, antes do treino na Granja Comary.
O volante, que foi titular ao lado de Casemiro nos quatro jogos da seleção sob o comando de Fernando Diniz, acredita que outros jogadores do grupo também estão prontos para exercer a função de liderança. Ele mencionou Gabriel Jesus, que disputou duas Copas do Mundo, e os jovens Vini Jr. e Rodrygo, do Real Madrid.
“Muitos jogadores aqui são protagonistas em seus clubes”, disse. “Como eu disse, tem o Vini, tem o Rodrygo, tem o Gabriel Jesus, que esteve em duas Copas do Mundo. Vou tentar ajudar mais, tentar falar mais. Temos a própria liderança do Diniz, que está de bem com a vida depois da Libertadores. Conversamos sobre os últimos jogos e sabemos o que podemos melhorar”.
Depois de golear a Bolívia por 5 a 1 e vencer o Peru por 1 a 0 nos dois primeiros jogos sob o comando de Diniz, o Brasil empatou por 1 a 1 com a Venezuela e perdeu por 2 a 0 para o Uruguai na última Data Fifa. Por isso, está em terceiro lugar nas Eliminatórias. Bruno Guimarães, um profundo conhecedor do trabalho de Diniz, já que foi lançado ao profissional do Audax, aos 16 anos, pelo atual treinador da seleção, acredita que, nesta Data Fifa, o time já estará mais adaptado à filosofia de jogo.
“A gente sabe que o Diniz tem uma maneira própria de jogar. Até os pontas têm muita liberdade para jogar por dentro. O jogador número cinco só tem o número na camisa, mas em campo também desempenha o papel de dez. Para jogar com posse de bola, não pode ser centralizado, deve se movimentar, é isso que ele está tentando passar para a gente. Muitos estão experimentando isso pela primeira vez, mas acredito que nesta Data Fifa, alguns estarão mais bem condicionados”, avaliou.
“Ele conversa bastante individualmente para que todo mundo esteja pronto e possa ajudar bastante. É muito importante conversar com os jogadores mais jovens, principalmente. Já vimos tudo, já conheço o Diniz, foi o treinador que me promoveu ao profissional aos 16 anos. Torço pelo bem dele acima de tudo, é algo que tenho dentro de mim, querer ajudá-lo, ajudar a seleção e querer me ajudar, com certeza”, completou.
Após falar sobre a importância de orientar os jogadores mais jovens, Bruno falou sobre um jogador específico: Endrick, a principal novidade na convocação e o jogador mais jovem a ser chamado desde Ronaldo Fenômeno em 1994. “Acho que é um talento enorme que estamos vendo surgir. Ele está um pouco tímido, o que é normal quando você está aqui pela primeira vez. Ele já conhece alguns jogadores, estamos chamando ele para conversar, trocar ideias. Ele está se sentindo bem aqui e está sendo bem recebido por todos”. (Estadão Conteúdo)