A tragédia climática pode resultar em um crescimento praticamente nulo para a economia do Rio Grande do Sul até o final de 2024, de acordo com o Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco.
O impacto econômico negativo no estado pode reduzir o crescimento econômico do Brasil em até 0,3 ponto percentual este ano.
Ruas alagadas em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul / Foto: REUTERS/Diego Vara
Os economistas do banco estimaram os impactos econômicos iniciais do desastre climático recente. O relatório destaca que, além do impacto humano, as enchentes de 2024 terão implicações econômicas a nível nacional.
Antes da tragédia, a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) previa um crescimento de 4,7% no Produto Interno Bruto (PIB) do estado para este ano.
No entanto, o Bradesco indica que os episódios recentes apontam para uma perda de até 4 pontos percentuais no crescimento econômico do estado. Mesmo com esforços de reconstrução, o crescimento em relação a 2023 pode ser praticamente nulo.
Esse cenário foi construído com base nos impactos de outros eventos adversos que afetaram a economia gaúcha, como o ciclone de 2008 ou a pandemia da Covid-19.
Diante dessa situação, os economistas do Bradesco alertam que o PIB nacional pode ter uma redução de 0,2 a 0,3 ponto percentual.
Os analistas ressaltam que essa estimativa considera a relevância do Rio Grande do Sul na economia brasileira, mantendo os demais fatores constantes.
O relatório também lembra que, no ano em que o estado foi atingido pelo ciclone em 2008, o crescimento do PIB gaúcho foi de 2,9%, enquanto o crescimento da economia brasileira foi de 5,1%.