Uma medalha de ouro olímpica para chamar de sua é o grande desejo da boxeadora Beatriz Ferreira, soteropolitana radicada em Juiz de Fora (MG) que faz a final do peso leve feminino às 2h da madrugada de sábado para domingo contra a irlandesa Kellie Anne Harrington. É o último degrau da subida paciente e planejada pela baiana e por sua equipe.
Degrau por degrau. Esse é o lema defendido por Bia. Mais baixa entre as lutadoras de sua categoria, o plano dela e de seu pai-treinador, Sergipe, é estar no lugar mais alto do pódio para ficar bem elevada, como uma gigante do boxe brasileiro. Ela já é a primeira mulher do país a chegar na final olímpica do boxe.
“Estar no pódio é o objetivo final, mas separamos em metas. É degrau por degrau. Fui alimentando isso, estudando as adversárias e hoje estou feliz aqui, mas ainda não acabou. Tenho isso em mente”, disse Beatriz antes da luta.
Será o primeiro combate entre Bia e Harrington, adversária que ela garante conhecer e já aguardar ter a oportunidade de enfrentar há um tempo. Nascida em Dublin, a irlandesa foi campeã mundial em 2018, em Nova Delhi, na Índia, e também conquistou a prata dois anos antes, em Nursultan (antes chamada Astana), no Cazaquistão.
Por sua vez, Bia também tem um currículo forte. Além de campeã mundial em 2019, também foi ouro no Pan de Lima no mesmo ano; nos Jogos Sul-Americanos em 2019; e no Torneio de Belgrado, disputado em 2017.
Este último degrau pensado por Bia representa uma vitória pessoal e familiar. “Queria muito essa luta. Participamos de alguns campeonatos, mas infelizmente não chegamos a lutar. Ela é campeã mundial, tem todo o meu respeito e estou bem ansiosa para esse espetáculo. Espero sair com a vitória e mandar essa medalha para o meu pai”, avisou Bia, cujo pai é ex-pugilista.
Sergipe indica o caminho das pedras para a filha. Em entrevista ao CORREIO, pediu para que ela aposte na agressividade para vencer o combate e acredita que a força da filha será fundamental para trazer o ouro.
.