Após 2023 ser considerado o ano mais quente já registrado no paísum novo estudo nacional indicou que Belo Horizonte foi a capital brasileira que mais “esquentou” no ano passado. Segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), a cidade registrou, no mês de novembro, uma elevação de 4,23º C em relação à média para o mês com base em dados coletados desde 2000. Minas Gerais é ainda o Estado mais afetado, tendo 19 das 20 cidades com maiores aumentos de temperatura.
A segunda colocada no ranking das capitais, Brasília (DF), foi a única outra que ficou acima dos 4º, já que Goiânia e São Paulo aparecem empatadas na 3º colocação com um aumento de 3,63º C. O levantamento do órgão federal analisou dados de 5.700 municípios do país, através de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
De acordo com a pesquisadora do Cemaden Ana Paula Cunha, estas variações de temperatura tiveram influência do El Niño, que se desenvolveu com intensidade em 2023. “Em anos desse fenômeno, as temperaturas globais tendem a ser mais quentes. Entretanto, outros estudos que nós já fizemos mostram que, em grande parte do país, há uma tendência crescente de aumento de temperaturas nos últimos 60 anos. É uma tendência continuada em razão do aquecimento global”, detalha.
Norte e Jequitinhonha “concentraram” maiores aumentos
No ranking geral de municípios, Minas lidera com facilidade, ficando com todas as dez cidades com maiores anomalias, sendo sete delas no Jequitinhonha e três no Norte do Estado.
A pesquisadora explica que a região mais ao norte de Minas já é caracterizada pelo clima semiárido, onde naturalmente já chove menos e a temperatura é mais elevada.
“A vegetação influencia o clima e o clima influencia a vegetação. Assim, regiões com menos vegetação, ou com mais vegetação degradada, são mais quentes do que aquelas com mais cobertura vegetal. Por isso essas regiões também acabaram sendo as mais impactadas pelo aumento da temperatura no planeta”, completa Ana Paula.
Ainda conforme a pesquisadora do Cemaden, o aquecimento global é um processo praticamente “irreversível” a curto e médio prazo. “Ele depende da redução drástica dos gases de efeito estufa na atmosfera. Até que isso ocorra, as temperaturas vão continuar subindo”, concluiu.
Confira o ranking das 10 capitais que mais esquentaram em 2023:
- BELO HORIZONTE (MG) – 4,23
- BRASÍLIA (DF) – 4,05
- GOIÂNIA (GO) – 3,637
- SÃO PAULO (SP) – 3,639
- CUIABÁ (MT) – 3,53
- VITÓRIA (ES) – 3,22
- RIO DE JANEIRO (RJ) – 3,18
- CURITIBA (PR) – 2,89
- CAMPO GRANDE (MS) – 2,86
- SALVADOR (BA) – 2,53
Confira as 20 cidades Brasileiras que mais esquentaram:
- TURMALINA (MG) – 5,52
- BOTUMIRIM (MG) – 5,51
- CAPELINHA (MG) – 5,46
- LEME A PRADO (MG) – 5h45
- VEREDINHA (MG) – 5,42
- JOSÉ GONÇALVES DE MINAS (MG) – 5,39
- ITAMARANDIBA (MG) – 5,36
- CAPITÃO ENÉAS (MG) – 5,34
- RIACHO DOS MACHADOS (MG) – 5,34
- ANGELÂNDIA (MG) – 5,34
- SERRANÓPOLIS DE MINAS (MG) – 5,33
- NOVA PORTEIRINHA (MG) – 5,31
- URANDI (BA) – 5h30
- JANAÚBA (MG) – 5.29
- PORTEIRINHA (MG) – 5,29
- CONFINS (MG) – 5,29
- SÃO JOÃO DA PONTE (MG) – 5,29
- CHAPADA DO NORTE (MG) – 5,28
- FRANCISCO SA (MG) – 5,28
- VERDELÂNDIA (MG) – 5,27