Bazar acontece até o dia 24, de 11h às 18h, e também entre 27 e 30 de dezembro
Um amor que move montanhas para proteger e acolher cães e gatos abandonados. É assim que se define o ativista Franklin Oliveira, 53, que já atua há 41 anos na causa e é considerado um dos mais antigos em Minas Gerais. Proprietário de uma banca de revistas na região Centro-Sul de Belo Horizonte, ele começou novo, ainda aos 12 anos, a fazer os resgates. Atualmente, acumula uma dívida de R$ 35.000 com clínicas veterinárias que atenderam os bichinhos vítimas de maus tratos, atropelamentos e outras enfermidades.
Diante dessa situação, Franklin começou a promover um bazar para conseguir pagar a dívida. A ação acontece de segunda a sexta, das 11h às 18h, e são vendidos itens como artigos para presentes, brinquedos, livros, DVDs e CDs, além de materiais de papelaria. O endereço fica na avenida Brasil, 460, em frente ao Teatro Maçonaria. No local, também são recolhidas doações de rações para cães e gatos. “Eu vou pagando essa dívida aos poucos, mas preciso amortizar para não ficar em uma situação mais difícil e não conseguir dar conta mais”, contou.
Conforme o ativista, o bazar vai até o dia 24, na véspera de Natal, e depois retorna entre os dias 27 e 30. Além de levar os animais para serem tratados em clínicas, Franklin ainda tem uma casa de passagem que acolhe cães e gatos até serem adotados. O espaço fica na própria residência dele e já conta com 60 animais. “Com isso, tenho uma despesa muito grande. Só de ração, são pelo menos R$ 3.000 por mês. São animais que eu resgatei doentes, acidentados ou vítimas de maus tratos, levei para os veterinários e depois eles vêm pra cá, o ponto final de fazer a divulgação nas redes sociais, promover feiras de adoção para conseguir um lar para eles”, relatou.
Porém, alguns bichinhos não conseguem encontrar um lar, seja por serem mais velhos ou terem alguma deficiência, como cegueira. “Eles possuem uma chance menor de adoção e acabam ficando na casa de passagem. Eu faço esse trabalho com a ajuda de amigos, mas no dia a dia quem cuida sou eu, inclusive estou terminando de tratar os animais para poder ir para a banca”, acrescentou.
‘Herança da mãe’
O ativista contou ainda que herdou o amor pelos animais da mãe, que sempre acolheu cães e gatos abandonados. “Me lembro ainda pequeno dela levar um gatinho para tratar em casa. Mas era uma época que não havia recurso, em que acesso com veterinário era uma coisa muito difícil. Hoje as coisas mudaram, ainda assim tem as suas complicações”, relatou. Segundo Oliveira, recentemente ele acolheu um pitbull que foi atropelado e teve uma lesão na vértebra. Com isso, o cachorro necessita de uma cirurgia ortopédica.
“Tive um orçamento agora de R$ 4.000. É uma peleja, a gente faz vaquinha, rifa e bazar justamente para bancar esses custos, que não são baixos”, alegou. Além disso, Franklin pontuou que a pandemia dificultou ainda mais esse trabalho voluntário, já que as doações diminuíram e o número de animais abandonados e vítimas de maus tratos cresceu. “Estou até um caso de um rapaz que está em processo de despejo, com dois cães, e desesperado porque vai para o apartamento da sogra, os cachorros são de porte grande, e não comporta eles. Todo tempo recebemos esse tipo de apelo, de pessoas que estão dispondo dos seus animais por falta de condições”, alegou.
Outro problema é a queda no número de pessoas que apadrinhavam animais que vivem na casa de passagem mantida pelo ativista. “Muitos padrinhos deixaram de poder ajudar porque perderam o emprego durante a pandemia”, destacou. E dados da Polícia Civil revelaram que a quantidade de ocorrências de maus tratos aos animais cresceu em Minas Gerais. De janeiro a novembro deste ano, foram 2.089 registros, contra 1.673 no mesmo período de 2020, uma alta de 25%.
Os municípios da metropolitana de Belo Horizonte aparecem com maior número de casos (434) no período, seguidos pela região Sul (282), Triângulo Mineiro (270) e a capital (231). Já com relação ao número de autores conduzidos para as delegacias, em todo o ano passado foram 754 pessoas, número que já avançou para 959 só entre janeiro e novembro de 2021, um crescimento de 27%.
Serviço
Bazar solidário
Dados: até 24 de dezembro e depois entre 27 e 20 de dezembro (segunda a sexta)
Horário: das 11h às 18h
Local: banca na Avenida Brasil, 460, Santa Efigênia – em frente ao Teatro da Maçonaria
Outras informações sobre o bazar e adoção de animais: (31) 99676-0099