Transmissões acontecerão dos dias 25 e 29 pelo Youtube. Na programação, estão Cesar Menotti & Fabiano e Wesley Safadão
Evento que reúne anualmente entre 900 mil e 1 milhão de visitantes, a Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos não será realizada pelo segundo ano seguido devido à pandemia. O anúncio foi anúncio foi nesta quinta-feira pela associação Os Independentes, que organiza a festa desde 1956.
Programada para ocorrer entre 19 e 29 de agosto em Barretos, a 423 km de São Paulo, a 65ª edição foi remarcada para agosto do ano que vem e, em seu lugar, a organização fará cinco dias de lives com provas de rodeio e shows, todos sem público.
Com o cancelamento do mais tradicional evento do gênero no país, haverá montarias em touros e provas cronometradas com cavalos entre os dias 25 e 29 de agosto, transmitidas em lives durante a tarde e a noite. Já os shows estão programados para os dias 27 e 28.
Shows e montarias
No dia 27, a dupla Cesar Menotti & Fabiano se apresentará com convidados e, no dia 28, Wesley Safadão receberá Simone & Simaria, Matheus & Kauan e Cesar Menotti & Fabiano. Os shows serão transmitidos pelo canal da festa no Youtube.
Já as montarias terão transmissão pelo Facebook da PBR (Professional Bull Riders) dia 26 e pelo canal SporTV 3, no dia 27. As outras disputas serão exibidas no Youtube.
Os indicativos de que a festa não seria realizada estavam claros nos últimos meses, já que a organização não havia iniciado a venda de ingressos em divulgado a programação musical, composta por cerca de cem shows distribuídos em quatro palcos no Parque do Peão.
A diferença é que, ao contrário de 2020, quando a organização ainda optou inicialmente pelo adiamento do evento para outubro, a decisão agora foi a de cancelar diretamente a sua realização.
Medo de multidão
As aglomerações são o problema de um evento desse tipo e evitar que isso aconteça é praticamente impossível. O estádio de rodeios, que abriga o principal palco, comporta 55 mil pessoas, das quais 35 mil nas arquibancadas e 20 mil na arena.
A decisão pela não realização neste ano foi anunciado nesta quinta-feira, de acordo com Jerônimo Luiz Muzetti, presidente de Os Independentes, que organiza a festa desde 1956. em sintonia com o cenário da pandemia.
“A decisão do adiamento está em conformidade com as atuais condições que estamos enfrentando em nosso país e reafirmamos que nossa prioridade sempre foi e sempre será a segurança de todos os visitantes, apaixonados pelo evento, e também de todos os envolvidos”, disse. Muzetti afirmou ainda que a programação virtual foi desenvolvida “para levar um pouco de esperança de dias melhores” para as pessoas.
Queixas
Para entidades de proteção animal, que em 2020 celebraram a não realização dos eventos country, as montarias em touros e cavalos não deveriam existir por deixarem os animais expostos a som muito alto e a outras situações que, segundo elas, configuram tortura aos bichos.
Entre as queixas, a principal é o uso do sedém – uma cinta de lã que passa pela virilha dos animais, usada nos rodeios – mas elas também reclamam do uso de condutor elétrico nos animais, da forte iluminação das arenas e do tempo de espera pelas montarias. Os eventos negam maus-tratos.
Tradição
Barretos é a principal festa do país por ter sido onde os rodeios se originaram, em 1947, quando provas de montaria integraram a programação de uma quermesse. Nove anos depois, sob a lona de um circo, foi realizada a primeira edição da Festa do Peão.
Essa tradição surgiu porque a cidade era passagem obrigatória das comitivas que levavam o gado entre os Etados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, além de ter frigorífico desde 1913. o descanso das comitivas de peões boiadeiros, eles dormiam e se alimentavam em Barretos. Em noites regadas a música e brincadeiras, surgiram montarias, ainda improvisadas, nos bois.
Situação da Covid
Com 122 mil habitantes, Barretos registrou até esta quarta-feira 528 mortes em decorrência do novo coronavírus, num universo de 18.643 casos confirmados da doença. Cinco óbitos, segundo a prefeitura, foram confirmados num intervalo de 24 horas, com vítimas que tinham de 43 a 63 anos. Há hospitais com taxa de ocupação de 100% em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), como a Santa Casa e o AME.
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