Como já era esperado, a queda para a Série B do Campeonato Brasileiro trouxe um enorme prejuízo financeiro ao Bahia. Na noite desta segunda-feira (20), a diretoria executiva, encabeçada pelo presidente Guilherme Bellintani, apresentou o orçamento do clube para 2022 durante reunião com o Conselho Deliberativo.
Pela proposta orçamentária apresentada aos conselheiros, o Bahia espera arrecadar em 2022 R$ 95,6 milhões, o menor do clube desde 2016, quando orçou faturar R$ 83 milhões. O valor representa uma queda de R$ 76,2 milhões na comparação com o orçamento de 2021, que foi de R$ 171,8 milhões – vale lembrar que parte deste valor foi oriundo de receitas de 2020 que entram no clube apenas no ano seguinte.
A conta para chegar aos R$ 95,6 milhões estipulados pelo clube inclui cotas de televisão, venda de atletas, além do faturamento com programa de sócios, venda de produtos oficiais, etc.
A maior parcela do prejuízo é oriunda dos direitos de transmissões dos jogos. Na primeira divisão, o Bahia tinha previsão de arrecadar cerca de R$ 49,9 milhões. Já na Série B, a cota fixa é de apenas R$ 8,4 milhões. Ou seja, uma redução de R$ 41,5 milhões.
Composição
Além da cota fixa da transmissão da Série B, o Bahia fez projeção de receitas de outros departamentos para chegar ao valor total do orçamento. A maior parte da arrecadação é estipulada através da venda de jogadores. Em 2022 o tricolor espera vender R$ 27 milhões em direitos econômicos, R$ 2 milhões a mais do que a meta para 2021. A conta não inclui a negociação de Ramires ao Red Bull Bragantino.
O resto do montante seria arrecadado da seguinte forma: R$ 14 milhões com o plano de sócios, R$ 12,6 milhões em patrocínios e ações de marketing, R$ 10,9 milhões com bilheteria, R$ 9,4 com a Loja Esquadrão, outros R$ 7,9 milhões com direitos de transmissão de competições como a Copa do Brasil, o Campeonato Baiano e a Copa do Nordeste, além de R$ 3,3 milhões em luvas da Globo e R$ 1,9 milhão em outras receitas.
Apesar da perda de receitas de uma forma geral, o Bahia projeta ganho em algumas áreas. Na Loja Esquadrão, por exemplo, a expectativa é de um aumento de R$ 3,2 milhões em vendas. O clube também prevê arrecadar mais com patrocínios.
Além da entrada de receitas, o Bahia apresentou também o planejamento de cortes. O clube afirma que o quadro funcional terá redução de 55% no custo. O maior impacto será na folha do futebol, mas categorias de base e outros setores também serão afetados.
O clube estima gastar cerca de R$ 40 milhões com despesas pessoais, R$ 4 milhões no pagamento de comissões na compra e venda de atletas, e R$ 8 milhões no pagamento de direitos de imagens. O orçamento tricolor recebeu parecer positivo do Conselho Fiscal.
Metas esportivas
Fora a expectativa financeira, a diretoria tricolor apresentou também as metas esportivas para o próximo ano. O planejamento é levado em consideração para a montagem do orçamento e é construído de forma conservadora. Dessa forma, o principal objetivo do clube é conquistar o acesso à Série A.
A projeção ainda é de avançar pelo menos uma fase na Copa do Brasil – o Esquadrão entra na terceira fase por ser o atual campeão do Nordeste -, alcançar, no mínimo, a fase semifinal do Nordestão, e chegar à decisão do Campeonato Baiano.
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