A aliança entre o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), e o secretário de Estado de Casa Civil do governo de Minas, Marcelo Aro (PP), pode passar por mudanças. Isso ocorre devido à agenda do chefe do Executivo municipal em Brasília, nesta terça-feira (5), que incluiu uma reunião com o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para discutir, principalmente, as eleições municipais de outubro.
Com a resistência pública de uma ala do partido em relação aos acordos políticos feitos pelo prefeito em troca de governabilidade na Câmara Municipal, a expectativa é de que haja alterações no espaço concedido a Aro na prefeitura.
Devido à antiga insatisfação de correligionários, nos bastidores, muitos acreditam que haverá uma redução das secretarias influenciadas pelo secretário, mesmo que Aro apoie o prefeito. Fuad já afirmou que esse apoio será bem-vindo, caso aconteça. Atualmente, Aro comanda quatro pastas na administração, sendo a mais importante delas a de governo, chefiada por Castellar Neto, que é suplente do senador Carlos Viana (Podemos), cotado para a disputa do Executivo municipal.
Ainda sem manifestar apoio ao prefeito, há interlocutores que acreditam que Aro pode não apoiar Fuad e apoiar outro candidato na disputa pela PBH. Por esse motivo, é visto como natural uma eventual saída do grupo do secretário do Executivo. No entanto, uma possível saída não deve significar um rompimento do grupo de parlamentares de Aro com a base do prefeito no legislativo municipal. Fuad já afirmou que o acordo com o secretário não é eleitoral e vale até 31 de dezembro em troca de governabilidade na Câmara.
Encontro. A reunião entre Fuad e Pacheco em Brasília ocorreu pouco mais de uma semana após o prefeito oficializar sua pré-candidatura à reeleição. Mesmo não estando presente, há garantias dos interlocutores de que o presidente do Congresso está engajado na disputa municipal devido aos planos futuros de se candidatar ao governo de Minas em 2026. A avaliação é de que é crucial para o partido manter o controle da prefeitura da capital do Estado nesse contexto.
Apesar disso, nas redes sociais, apenas Fuad postou uma foto ao lado de Pacheco em seus stories no Instagram. O senador, por sua vez, apenas compartilhou a publicação, em contraste com o encontro com deputados da Assembleia Legislativa, que estiveram em Brasília nesta semana para discutir, entre outros assuntos, a dívida de Minas com a União. Pacheco postou em seu feed duas fotos com os deputados.
Eleição. Conforme apurado pelo jornal O TEMPO, o encontro desta terça-feira tratou exclusivamente da situação eleitoral na capital mineira. Fuad agradeceu a Pacheco pelo apoio à sua pré-candidatura e discutiu com o senador os cenários para a disputa. O prefeito espera contar com o apoio de partidos de centro, como o MDB, União Brasil e PSB.
Fuad Noman ainda sonha com um possível apoio do PT, que lançou a pré-candidatura do deputado federal Rogério Correia à prefeitura. No entanto, o prefeito não tomará medidas para persuadir o partido de Lula a aderir à sua campanha de imediato e aguardará o andamento da pré-campanha.
Auxiliares de Fuad acreditam que Correia não estaria muito inclinado a ceder seu apoio ao candidato à reeleição. O prefeito deseja evitar uma campanha polarizada entre PT e PL, de Jair Bolsonaro, que deverá ter o deputado estadual Bruno Engler como candidato à prefeitura.
O objetivo de Fuad é lançar uma campanha eleitoral propositiva, evitando uma “nacionalização” do debate, como acontecerá em outras capitais, como São Paulo, que terá candidaturas fortes apoiadas por Lula e Bolsonaro. (Com Levy Guimarães)
Ocupação do Aeroporto Carlos Prates começa a ser debatida
O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), se reuniu nesta terça-feira com a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, para discutir a ocupação do terreno onde funcionava o Aeroporto Carlos Prates. A reunião foi o primeiro encontro do grupo de trabalho que tem o objetivo de debater quais empreendimentos serão instalados no local, após o convênio assinado entre a PBH e o governo federal.
No início de fevereiro, durante a visita do presidente Lula a Belo Horizonte, o governo federal e o município assinaram um documento que cede 17% do terreno à Prefeitura de BH para a revitalização do Parque Maria do Socorro Moreira, ao lado do antigo aeroporto. Além disso, foi assinado um acordo de cooperação técnica para estudar o que será feito com o restante da área, que é de propriedade do governo federal.