O Arquivo Nacional está planejando uma nova plataforma de documentação colaborativa para tornar seu acervo mais acessível e participativo. Esta iniciativa visa estimular a identificação de documentos digitais pela sociedade civil, proporcionando uma oportunidade para que qualquer pessoa auxilie na melhoria da descrição do acervo online. Com o objetivo de envolver a população na valorização do conhecimento público, o Arquivo Nacional anunciou os vencedores do HackathAN, um concurso que buscou soluções tecnológicas para tornar o acervo mais interativo e informativo.
Os centros de documentação muitas vezes são vistos como espaços fechados apenas para pesquisadores acadêmicos. No entanto, o Arquivo Nacional pretende quebrar essa barreira e promover uma maior colaboração da sociedade na descrição e identificação dos documentos. Com a quantidade crescente de documentos que chegam ao Arquivo Nacional, pode ser desafiador fornecer informações detalhadas sobre cada um deles. Por isso, a proposta de uma plataforma colaborativa surge como uma solução inovadora para ampliar o acesso e enriquecer o acervo.
A nova plataforma permitirá que pessoas de diversas áreas, não apenas arquivistas, contribuam para a descrição dos objetos digitais. Essa abordagem diversificada promete trazer uma nova perspectiva e um maior nível de acurácia no processo de documentação. Além disso, a participação do público especializado em diferentes temas, como futebol, história contemporânea e outros, agregará um valor significativo ao acervo, enriquecendo a narrativa e proporcionando novas formas de interação com a história.
O HackathAN, inspirado no conceito de hackathon, atraiu participantes de 21 estados brasileiros, além do Distrito Federal e até mesmo um inscrito da Venezuela. No total, foram formadas 31 equipes que desenvolveram 24 projetos inovadores. Os vencedores do concurso receberam prêmios em dinheiro, destacando a criatividade e o esforço das mentes talentosas envolvidas no evento.
A equipe vencedora do HackathAN, composta por profissionais de áreas como jornalismo, história, arquitetura e design, propôs o projeto “Meu Arquivo”, que visa aproximar as pessoas da instituição e do acervo por meio de dinâmicas interativas e gamificação. Essa abordagem inovadora pretende incentivar a participação ativa dos usuários na descrição dos documentos digitais, oferecendo recompensas e métricas para acompanhar o progresso e o engajamento dos participantes.
A historiadora Anita Lucchesi, especialista em História Pública Digital, ressaltou a importância de envolver a sociedade na documentação do acervo do Arquivo Nacional, destacando o potencial de contribuição de indivíduos apaixonados por temas específicos da história. A iniciativa busca tornar a história e a memória contidas no acervo mais acessíveis e significativas para o público em geral.
Um dos desafios da plataforma colaborativa é garantir a validade e a precisão das informações disponibilizadas online. Para isso, estão sendo desenvolvidos mecanismos de validação do conhecimento compartilhado, como o “selo do cidadão” para indicar que o conteúdo ainda não foi validado pelo Arquivo Nacional. Essa abordagem visa garantir a qualidade das informações disponíveis e evitar a propagação de conteúdos falsos ou enviesados.
Em resumo, o Arquivo Nacional está promovendo uma iniciativa inovadora para tornar seu acervo mais acessível, participativo e colaborativo. A nova plataforma de documentação colaborativa proporcionará uma experiência interativa e educativa para os usuários, enriquecendo a narrativa histórica e preservando a memória coletiva para as futuras gerações. Com a participação ativa da sociedade, o Arquivo Nacional está abrindo novos caminhos para a preservação do patrimônio cultural e a valorização da história do Brasil.