O grupo de ianomâmis que estava desaparecido após confronto com garimpeiros foi encontrado. A informação é do líder indígena Júnior Hekurari, que foi confirmada ao jornal O Globo.
Os indígenas se mudaram para outro local, na comunidade Palimiú. O grupo havia sumido após diversos confrontos com garimpeiros. Uma casa foi encontrada incendiada em Aracaçá.
A polêmica envolvendo o desaparecimento de integrantes da Terra Indígena Yanomami, em Roraima, chamou a atenção de artistas, influencers e políticos nas redes sociais. Articulada por povos indígenas, a campanha “Cadê os Yanomami” foi amplamente compartilhada.
A Polícia Federal promove nesta sexta-feira (6) uma coletiva em que vai detalhar as investigações sobre denúncias de estupro e homicídio contra indígenas da comunidade Aracaçá e a prisão do garimpeiro Eliézio Monteiro Nerj.
Sumiço
O caso tomou maiores proporções nas últimas semanas a partir das denúncias de que uma criança de 3 anos foi jogada no rio e do estupro e morte de uma menina de 12 anos, ambas do território indígena, em Roraima. O episódio foi denunciado no dia 25 de abril. Na comunidade viviam, aproximadamente, 25 pessoas.
O autor da denúncia, também presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kwana (Condisi-YY), Júnior Hekurari Yanamomami, alega que a menina ianomâmi foi estuprada e morta por um integrante de garimpo ilegal na região. Ao saber do caso, ele encaminhou uma denúncia à PF, ao MPF, ao Ministério da Saúde (MS) e à Fundação Nacional do Índio (Funai)
Júnior defende ainda que os indígenas são vítimas de ameaças dos próprios garimpeiros para que não denunciem os seus crimes. Ele defende que garimpeiros procuram dificultar qualquer investigação.
Na última sexta-feira, 29, o Condisi emitiu nota detalhando o caso: “Ao chegar ao local, avistamos a comunidade em chamas e sem a presença de moradores indígenas no local, que só apareceram 40 minutos após pousarmos, somente para resgatar materiais de garimpeiros. Após insistência, alguns indígenas relataram que não poderiam falar, pois teriam recebido 5g de ouro dos garimpeiros para manter o silêncio”.
Hekurari, no entanto, reuniu-se com outras lideranças indígenas e constatou que o incêndio da aldeia poderia também ter sido causado pelos próprios indígenas, devido às tradições e costumes do povo Yanomami.