Quem nunca ouviu aquela história de alguém que deu um presentão no amigo-oculto e ganhou um item mixuruca? Foi o que ocorreu com o professor Vitor Lucas Maciel Oliveira, de 37 anos, morador de BH. “Eu dei um livro acompanhado de chocolates. Recebi um vaso de flor de EVA (espuma sintética). Como a pessoa teve a audácia? Que comprasse uma caixa de bombons”, lembrou, aos risos, sobre o evento, uma reunião de colegas de trabalho há alguns anos. Por essa razão, ele parou de participar da brincadeira. “A exceção é quando o amigo-oculto é com meus alunos, pois são crianças”, completou.
Algumas atitudes podem evitar que a troca de presentes termine mal, como explica Pedro Carmo Baggio, coordenador do curso de administração pública e professor de comunicação e comportamento da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg). A primeira: se o preço sugerido para a brincadeira é entre R$ 50 e R$ 100, não é adequado comprar algo de R$ 25 ou de R$ 200. “A regra comportamental deve ser seguida por todos, exatamente para excluir descortesias ou ostentação”, disse.
Outra importante orientação que o especialista dá é sobre o tipo de presente. “Se é um amigo-oculto na empresa, a lista de sugestões de presentes é bem-vinda. E é interessante que os itens sejam mais neutros, sem um caráter muito pessoal”, diz.
Pode dizer ‘não’? Baggio explica que a pessoa convidada a participar de um amigo-oculto, seja em família ou no ambiente corporativo, pode recusar: “Se não for participar, deixe isso claro desde o início e, de preferência, dê uma justificativa. Quem convida tem uma expectativa grande. Então, as pessoas ainda esperam de você uma explicação. Vale a pena deixar o motivo claro. Vão te abraçar e te acolher muito melhor”. O contrário também vale: se você confirmar presença, vá. Não há coisa pior que deixar alguém sem presente no amigo-oculto.
Organizadora de eventos há mais de 20 anos, a relações-públicas Isaura Silva, de 42 anos, dá uma dica final: “No meu caso, compro um bom presente, mas não crio expectativa sobre o que vou ganhar. Sofro menos”, disse a também moradora de BH.
Quem não gostar do presente tem que ficar atento às regras sobre trocas
Se a cor do presente não agradou ou o modelo não serviu, quem recebeu pode ir ao local da compra e tentar uma troca, embora o Código de Defesa do Consumidor não obrigue as lojas substituir um produto.
Pela lei, a providência é imprescindível apenas se, no momento da venda, o estabelecimento se comprometeu a fazer trocas. Nesses casos, a loja pode exigir que a etiqueta esteja no produto e que seja apresentado cupom fiscal para concluir o processo.
Com defeito. Se o item tiver imperfeição, o fornecedor tem até 30 dias após a compra para solucionar o problema. Senão, o consumidor tem três opções: pegar o valor pago pelo presente, trocar o produto ou obter abatimento de valor ao adquirir outro item. (Com Agência Brasil)
Certeiro
Os livros são boa opção para presentear. Se você não souber o que a pessoa prefere ler, opte por obras mais vendidas (best-sellers), como “Torto Arado”, de Itamar Vieira Junior, ou biografias, como “Rita Lee: Uma Autobiografia”. O custo de cada um é de até R$ 50.