Artistas se uniram para colab musical. Resultado é hit “Alta Tensão” – Foto: Divulgação
Dois artistas de Natal se uniram para uma parceria musical, no mínimo, explosiva. Gushy e Brunna Vini lançaram, nesta quinta-feira (28), o single “Alta tensão”. Com uma sonoridade meio pop meio eletrônica, a canção traz letras um tanto melancólicas sobre a intensidade devastadora de alguns relacionamentos românticos. A música está disponível em todas as plataformas digitais e um visualizer foi lançado no YouTube.
O tom melancólico é característico do trabalho de Gushy. No ano passado, ele lançou o EP intitulado “Nó”, com diversas experimentações e repleto de relatos de superação, sempre amparado pelo trap urbano e envolvido pela estética “Lana del Rey” – artista norte-americana que é uma das inspirações do jovem. Para “Alta tensão”, o cantor e compositor buscou inspiração até no signo astrológico.
“O processo de composição foi rápido, o que demorou mesmo foram os beats da melodia. Mas a mágica aconteceu com a ajuda de Alef Beatz. A guitarra foi feita por Miguel França, que está comigo desde o começo. A letra fala sobre aquele amor de alta conexão, e um pouco sobre mim também. Sou intenso, escorpiano, e isso é muito bom em alguns momentos, mas pode arruinar um relacionamento”, contou Gushy.
Com muitas ideias para a parceria, Gushy e Brunna Vini mergulharam no projeto de forma independente. “Para mim, a música é bem visual, imagino até as cores e tudo aquilo que quero passar de mensagem”, pontuou Brunna. Ela lançou a primeira música da carreira solo em maio deste ano e, desde então, vem participando de colaborações com outros artistas potiguares. A estreia fez sucesso nas redes sociais e fortaleceu o sonho da jovem em seguir na jornada da arte.
Brunna é rapper, digital influencer e empresária. Recentemente, reconheceu a identidade trans, celebrando a autenticidade da própria existência dentro da comunidade LGBTQIA+. “Tenho muito orgulho de fazer parte dessa cena. Penso em todas as pessoas que vieram antes, já que acompanho a cena drag da cidade desde pequena. Foi evoluindo, e hoje temos representantes como Kaya Conky e Potyguara Bardo. É muito gratificante estar nesse meio porque sempre me vi fazendo arte”.
Brunna começou a compor cedo e passou por processos de descobrimento e autoconhecimento através da música. “Com 17 anos, fiz amizade com várias drags e comecei a frequentar os eventos. Comecei a tocar como DJ em várias festas. Mas foi só depois que tive coragem de mostrar meus versos para meus amigos. Eles me apoiaram muito, assim como a minha família”, relatou.
Com referências que passam por Beyoncé, Doja Cat, Danny Bond e Malía, Brunna enaltece a carreira de Pabllo Vittar, uma das precursoras dos artistas LGBTQIA+ do país. “É legal ver a forma que a Pabllo e todas as outras drags conseguiram entrar no imaginário da população brasileira, fazendo com que a gente tenha mais representatividade”, disse a jovem ao reconhecer a necessidade de mais vozes como a dela ecoarem.
“Como estou dentro do movimento queer de Natal, sinto a ausência de artistas negras ocupando espaços na nossa cidade. Lutamos por reconhecimento e precisamos valorizar cada vez mais o que é produzido aqui. Sempre que tenho oportunidade, aclamo as pessoas que se enxergam em mim e que podem se sentir representadas pelo que eu falo”, disse. Brunna, assim como Gushy. pretende continuar lançando músicas para fomentar um discurso de diversidade e amor.