Os profissionais de segurança pública em Minas demonstraram na última segunda-feira que não estão para brincadeira.
Segundo levantamentos dos vários sindicatos e associações que agregam todos eles, em torno de 35 mil homens e mulheres estiveram presentes na manifestação que ocupou ruas e avenidas da capital, exigindo do governo estadual o cumprimento de compromissos anteriormente firmados com a categoria e não cumpridos até aquele instante.
O movimento serviu de exemplo para todo o pais, mostrando que é possível se organizar e demonstrar força sem o menor sinal de violência que atropelasse as regras da lei e da ordem.
Nunca se viu neste país tamanho encontro entre pais e mães de família que vivem sofrendo apertos financeiros por falta de palavra de quem possui a caneta nas mãos e dirige os destinos de um dos mais importantes Estados da Federação.
Ninguém é obrigado a firmar compromissos, mas, sendo feito, deve-se cumpri-lo na sua totalidade.
Antigamente, um fio de bigode era como um documento assinado: tinha valor e fé. Hoje, os homens públicos raspam o rosto e ainda passam creme de barbear para não sobrar nenhum pelo.
Nenhum profissional da segurança pública sai de casa com a plena certeza da volta ao final do turno de trabalho. Andam a pé, de ônibus, metrô, bicicleta, moto, em um carrinho já bastante surrado, cujas prestações, embora pequenas, apertam ainda mais o orçamento familiar, mas cumprem o juramento de dar a vida pela sociedade. Nenhum anda de jatinho ou helicóptero.
Palavra dada precisa ser fielmente cumprida para não correr o risco de alguns realizarem na vida pública o que fazem na privada.
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