O meme das pistolas d’água de Jerônimo, o momo e o bobo e a dupla das terras
Leia a coluna na íntegra
Publicado em 2 de fevereiro de 2024 às 05:00
Que o governador Jerônimo Rodrigues (PT) é uma fábrica de memes não é novidade, mas nesta semana ele se superou ao anunciar a proibição das pistolas de água durante festas de rua como “importante movimento pela segurança na Bahia”. Muitos até pensaram que tinha sido fake, mas foi isso mesmo. A declaração virou piada nacional. Muitos ironizaram e disseram que esta era a grande medida do governador para tirar a Bahia da posição de líder disparada em homicídios.
Importante frisar que a proibição dos objetos é uma medida válida, principalmente por fatos lamentáveis registrados em festas populares, mas daí ao governador do Estado mais violento do país anunciar esta como uma medida de segurança é demais.
Vale a pena lembrar que Jerônimo já havia dito que “queremos trocar a arma e a violência pelo carinho e pelo amor”, declaração que também lhe rendeu uma chuva de memes. No mundo real, só não se sabe ainda qual é o plano do petista para enfrentar o avanço das facções criminosas, que agora cobram pedágio a comerciantes em plena luz do dia nas principais avenidas de Salvador.
Depois da gafe da pistola d’água cometida por Jerônimo, o vice-governador Geraldo Júnior (MDB) teve a “brilhante” ideia de criar um concurso para Rei Momo estadual. É isso mesmo, pasmem. Com o cargo de coordenador do Carnaval na Bahia, Geraldo cogitou e discutiu a ideia ao longo dos últimos dias com integrantes do governo. O grande desejo dele era entregar a chave ao tal Rei Momo estadual. Contudo, membros influentes do governo com algum bom senso conseguiram convencer o vice-governador de que a ideia era furada.
A Receita Federal está de olho numa dupla dinâmica formada por um deputado baiano e um empresário local que tem comprado um grande volume de terras por diversas regiões do estado. Pelas informações que chegaram à coluna, a dupla já andou adquirindo propriedades pelo Oeste e pela Chapada Diamantina e, pelo que dizem, o apetite dos dois parece não ter fim. Não se sabe de onde vem o dinheiro, mas auditores da Receita desconfiam.
Ao que parece o discurso do governador Jerônimo Rodrigues sobre o combate à fome ficou apenas no palanque eleitoral. No seu primeiro ano de governo, ele deixou de aplicar mais de R$ 270 milhões que estavam disponíveis no Fundo de Combate à Pobreza (Funcep). Como mostra o relatório do Transparência Bahia, o fundo arrecadou uma receita de R$ 979 milhões, mas a aplicação ficou em R$ 702 milhões. Ou seja, não faltou dinheiro, mas talvez tenha faltado vontade política, planejamento e gestão. A Bahia, vale lembrar, é o estado com maior número de pessoas na extrema pobreza.