“Esses não são compromissos vagos ou anúncios bonitinhos que ficam bem em comunicados de imprensa, mas uma série de ações comerciais concretas adotadas por algumas das maiores redes de supermercado da Europa para parar de comprar e vender carne bovina de uma empresa e de um país que fizeram muitas promessas, mas apresentaram poucos resultados”, afirmou o diretor para a Europa da Mighty Earth, Nico Muzi.
JBS promete tolerância zero
A JBS declarou à agência de notícias Reuters que mantém tolerância zero com o desmatamento ilegal e que bloqueou mais de 14 mil fornecedores por descumprirem suas normas. A empresa acrescentou que monitorar fornecedores indiretos (que fornecem ao fornecedor final) é um desafio para todo o setor, mas que pretende criar um sistema para isso até 2025.
O desmatamento na Amazônia subiu no governo do presidente Jair Bolsonaro. Entre agosto de 2020 e julho de 2021, atingiu 13.235 km², segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Número equivale a mais do dobro da área do Distrito Federal e é o maior desde 2006.
Em maio, grandes supermercados e produtores de alimentos europeus ameaçaram boicotar produtos do Brasil por causa do Projeto de Lei 510/21 que, afirmam, levaria a um desmatamento maior da floresta amazônica.
A proposta é, basicamente, uma reformulação do texto da MP 910 – que foi publicada em dezembro de 2019, mas perdeu validade por não ter sido votada dentro do prazo limite, até maio de 2020 – e do PL 2.633/2020, que foi aprovado na Câmara.
O grupo foi composto por grandes redes de supermercados britânicos como Tesco, J Sainsbury, Marks & Spencer, assim como a alemã Aldi.
Empresas de produção de alimentos como a National Pig Association, o fundo público de previdência sueco AP7 e outros gestores de investimentos também estão na lista.