Marcos Palmeira vai mais uma vez interpretar um protagonista em um remake de Benedito Ruy Barbosa adaptado pelo neto do autor, Bruno Luperi. O ator, que completou 60 anos em 2023, acredita que o público irá comparar José Leôncio de Pantanal, que foi ao ar em 2022, e José Inocêncio, agora na nova versão de Renascer que estreia em 22 de janeiro no horário nobre da Globo.
No entanto, isso não preocupa o artista. “Claro que é natural as pessoas compararem. É o mesmo ator, é um coronel, é o mesmo autor, mais um remake e apenas dois anos depois. Conto muito com a ajuda dos diretores, especialmente de Gustavo Fernández (diretor artístico) que tem feito um trabalho primoroso e traz muita segurança, para não cair em repetições. Não vejo um no outro. Estou muito atento a isso, mas também não estou muito amarrado a isso. Mas, sinceramente espero que haja uma desconexão”, comentou Palmeira durante uma coletiva online realizada pela Globo na manhã desta terça (9).
O ator – que na versão de 1993 interpretou João Pedro, o filho enjeitado de José Inocêncio (Antonio Fagundes) – celebrou estar em mais um projeto envolvendo o universo de Benedito e fez questão de frisar que apesar de ser um remake, a obra de Bruno Luperi que substituirá Terra e Paixão no final de janeiro é uma outra novela.
“Depois de Pantanal, eu fiquei muito feliz de fazer esse personagem. Devo muita coisa ao Benedito. E o interessante é contar essa história e trazer novas camadas. Não é de novo fazendo aquela história, mas fazer uma nova história. É uma novela que a gente começou sem floreios; a gente vai no coração do cacau, no coração da Bahia, a gente já vai pra dentro da história. É natural ter comparações (entre a primeira e a segunda versão) mas que me perdoem a viúvas de Renascer, mas é um novo Renascer”, frisou Marcos Palmeira.
O intérprete de José Inocêncio na segunda fase da produção – na primeira etapa o papel caberá a Humberto Carrão – brincou que pelo fato de ter vivido João Pedro na versão antiga, que ele tem um sentimento de vingança com relação ao personagem agora interpretado por Juan Paiva. “As pessoas brincam que eu tenho muita informação do João Pedro e que agora terei minha vingança na pele do pai (risos). Estou muito grato pela confiança de Bruno (Luperi), de José (José Luiz Villamarim, diretor de dramaurgia da Globo), da Globo, em me colocar de novo fazendo o pai de um personagem que eu fiz. Isso não tem preço. Para mim não deixa de ser um fortalecimento como ator, como homem. Recontar também é reviver. É muito amor envolvido”, celebrou.
Aliás, o autor Bruno Luperi, que se considera uma “viúva de Renascer”, diz ser dramaturgo e mexer em um clássico da nossa teledramaturgia, ainda mais no Brasil onde a novela é tida como algo sagrado, tem um pouco de técnico da seleção brasileira, tamanha a responsabilidade. Todo mundo quer dar seus pitacos. “Um reclama que mudou aquilo, que não chamtou fulano, ou siclano. A função do autor de novelas não é ser amado, mas cativar e instigar. Pantanal e Renascer são obras-primas do meu avô e a minha proposta não é recriar as duas, mas sim adaptar e trazê-las para o dia de hoje. Eu respeito muito o autor que me precede e não estou aqui para inventar a roda. Costumo dizer que é como se Globo tivesse me ofereceido a chave de um jardim que meu avô plantou há 30 anos atrás. Tem histórias que vingaram, outras não, algumas algumas precisam ser ressiginficadas. Em nenhum momento acho que Pantanal ofendeu a memória de quem gostou o do que foi feito e espero que aconteça o mesmo com Renascer”, salientou.
Elenco jovem
Juan Paiva, que faz João Pedro, celebrou o personagem interpretado justamente por Marcos Palmeira e a parceria com o ator. “Estou muito feliz de dar vida a João Pedro. É uma novela linda que a gente está fazendo com muita cautela e cuidado. O João é um cara de muita força, de muita vitalidade, do suor, da lida, pé no chão. E que tem essa relação complicada com o pai, que ele tanto respeita e admira. João Pedro é esse cara que é distante da própria família e que ele não pode compartilhar suas dores, sentimentos, e tem que mostrar força o tempo todo, por mais que doa o coração. É um cara muito especial”, comenta.
Na história, seu personagem vai se apaixonar por Mariana, que vai acabar se envolvendo também com José Inocêncio – o que vai atiçar ainda mais a rivalidade entre pai e filho.
A atriz Thereza Fonseca, que fará a jovem misteriosa nessa versão (na original o papel foi de Adriana Esteves) celebra sua estreia no horário nobre da televisão. Paulista, mas com família mineira e goiana, Thereza – que ficou conhecida por seu papel em Mar do Sertão, como Labibe, defende Mariana com unhas e dentes. “Ela é complexa e uma personagem que me desafia em lugares que eu não tinha visitado ainda. Mas eu me sinto amparada pelo autor, pela direção, pela preparação, pelos meus colegas em cena. Mariana chega num jogo que já está estabelecido e muda tudo. Só que ela perde completamente o controle quando ela se apaixona tanto pelo pai quanto pelo filho. É uma personagem extremamente carente, bastante julgada e que busca aprovação o tempo todo. Está sendo muito divertido contar essa história e muito importante pra mim como atriz. A cada dia que passa eu gosto mais ainda da Mariana”, assegurou Thereza.
A atriz acrescentou que sentiu ainda mais a pressão de interpretar esse papel pelo fato de Renascer ser a novela favorita de sua família. “E quando eu falei que eu estaria nessa novela e faria a Mariana, eles acharam que era mentira, que era 1º de abril. A pressão de fazer esse trabalho da melhor forma possível ficou ainda maior”, diverte-se.
O elenco de Renascer ainda traz nomes como os de Juliana Paes, Antônio Calloni, Duda Santos, Rodrigo Simas, Renan Monteiro, Marcello Melo Jr., Jackson Antunes, Ana Cecília Costa, Samantha Jones, Juliane Araújo, Sophie Charlotte, Gabriela Medeiros, Matheus Nachtergaele, Xamã, Mell Muzillo, Camila Morgado, Vladimir Brichta, Alice Carvalho, Irandhir Santos, Pedro Neschling e Livia Silvia, Gabriel Lima da Silva, Juan Queiroz, José Duboc. Também participam o autor Bruno Luperi e
‘Renascer’ é uma novela escrita por Bruno Luperi baseada na obra de Benedito Ruy Barbosa. A direção artística é de Gustavo Fernández, direção geral de Pedro Peregrino e direção de Alexandre Macedo, Walter Carvalho, Ricardo França e Mariana Betti. A produção é de Betina Paulon e Bruna Ferreira e a direção de gênero de José Luiz Villamarim.